Santiago - Dia 02 - Conhecendo o Centro Histórico

Nosso domingo de páscoa iniciou-se numa tentativa frustrada de tomar café na Starbucks próxima ao nosso hotel. A plaquinha na porta informava que não abriam aos domingos ou feriados. Feriado, domingo, então... nem pensar.

O dia estava frio e saímos sem rumo. Tudo parecia estar fechado. Logo na esquina da frente encontramos a Nuria. Uma panaderia que parece mais um grande restaurante. Era um dos poucos estabelecimentos abertos e fomos lá ver. O local é grande e sentamos em uma mesa. Para não arriscar muito, pedimos um tradicional 'aliado' (pão com presunto e queijo) e cappuccinos.

Quem tem um Aliado desses, não perde uma guerra.

Ainda bem que nosso pedido foi um aliado, porque se ele fosse um inimigo, teríamos sérios problemas. O sanduíche era enorme. Um pão redondo do tamanho de um prato grande, recheado de presunto e muito queijo. O cappuccino, apesar de bonito, estava meia-boca. Foi uma ótima refeição para começar o dia e nos dar gás para o dia que viria. A conta foi meio salgada para um café da manhã. O valor total para 4 pessoas ficou em C$ 22.000,00 (vinte e dois mil pesos) ou por volta de 93 reais. Bem carinho pra um café da manhã né?!

Nosso primeiro compromisso oficial do nosso roteiro era ir até o Palácio de La Moneda acompanhar a troca da guarda. Começa às 10:00h e em todos os sites que lemos falavam que a troca da guarda acontece nos dias pares dos meses de Janeiro, Abril, Maio, Agosto, Novembro e Dezembro e nos dias ímpares dos meses Fevereiro, Março, Junho, Julho, Setembro e Outubro. Portanto, como era dia 31 de Março, não teria erro, certo? Errado. Por algum motivo desconhecido (talvez por ser domingo de páscoa?) a troca não ocorreu. Ficamos praticamente sozinhos na porta do Palácio e o máximo que vimos foi uns guardas andando à cavalo.

Quem ia querer trocar guarda num domingão de páscoa desses?

Galera que trabalhou no domingo não deu folga pros cavalos

Após várias fotos, lá fomos nós atravessando a Bernardo O' Higgins sentido sul logo de frente ao Palácio de La Moneda. Descemos o agradável Paseo Bulnes com seus jardins e fontes. Andamos até a Plaza Bulnes com suas pedras e de lá viramos à direita em direção ao Palácio Cousino. O Palácio estava fechado por grades e não conseguimos nos aproximar. Acho que desde o terremoto de 2010 que ele está fechado. Voltamos e fomos para o outro lado da Plaza Bulnes até a Igreja do Santíssimo Sacramento. Entramos, rezamos, tiramos fotos, fizemos uma pausa rápida na praça de frente à igreja e começamos a subir novamente.

Subimos a Calle Serrano até a esquina com a rua Paris. Esse pedacinho formado pela Calle Paris e Calle Londres é muito agradável. São duas ruas que se cruzam e formam um pequeno bairro. As casas são bem típicas europeias (ok... não conheço a europa ainda) e as árvores, os postes de iluminação e o pavimento de pedra das ruas dá um ar bem interessante ao local. Andamos pela extensão das duas ruas e continuamos subindo até a Bernardo O' Higgins novamente. Paradinha rápida na Igreja de São Francisco para mais algumas fotos e depois seguimos de volta rumo ao Palácio de la Moneda.

Bairro Paris-Londres

Nessa casa rolou altas torturas num passado distante, por alguma razão histórica não muito importante neste momento

Dois quarteirões antes do Palácio, subimos na rua Nova York. Mais um pedacinho diferente em Santiago, com prédios antigos e bonitos. A bolsa de valores de Santiago fica aqui. Chegamos no Paseo Ahumada e subimos até a Plaza de Armas. Tentamos entrar na catedral Metropolitana para tirar algumas fotos, mas como era domingo de páscoa, a igreja estava simplesmente lotada.

Seguimos caminho da Plaza de Armas para o Mercado Central. Tudo que já tinha lido sobre o Mercado Central de Santiago não tinha me agradado. Mas fala-se tanto dele por todos os lados que pelo menos passar ao redor tínhamos que passar. E passar por lá não melhorou em nada minha impressão sobre o que já tinha lido. As redondezas são sujas, fedidas e lotadas de gente. Não animamos nem a dar um pulinho lá dentro para ver como era. Contornamos um pedaço do mercado e no caminho fomos abordados por um garçom que nos alertou para não andarmos com as mochilas nas costas pois ali costumava ocorrer alguns assaltos. Mais um motivo para seguir em frente, não é mesmo?

Andamos sentido leste nas praças que margeiam a avenida Costanera Norte até chegarmos no Museu de Arte Comtemporânea e no Museu de Bellas Artes. Fizemos uma pausa na praça logo atrás dos museus. Como era domingo, a entrada no Museu de Bellas Artes era gratuita. Entramos para conhecer um pouco e porque não fazer aquele merecido pit-stop no banheiro né? O museu não é grande e confesso que não andamos muito nele. Nessa hora o 'aliado' que comemos de manhã já estava fazendo falta.

Continuamos pelas belas praças de frente ao museu até chegarmos na Avenida Pio Nono. Atravessamos o canal e 2 quarteirões acima chegamos no Pátio Bella Vista. O Pátio Bella Vista é mesmo um pátio cheio de lojinhas e locais de comer, meio a céu aberto. Bem bacana e com muitas opções. Andamos bastante lá dentro para conhecer e no final das contas acabamos indo almoçar no famoso 'Como Água para Chocolate'.

O restaurante é bem famosinho em tudo quanto é site que fala de Santiago e já ganhou alguns prêmios. Então sabíamos que os preços não seriam tão agradáveis mas queríamos conhecer e ver se a fama era mesmo devida. O restaurante é bem legal por dentro e ficamos em uma mesa no mesanino. Era por volta de 15:30h e estava meio vazio. Tomamos um Pisco Sour para experimentar (C$ 2.900,00) e 3 cervejas Cristal (a versão chilena e não a versão vilena - C$2.200,00 cada). Para comer, nós 4 fomos de Filete Vigor Y Pasion (Filet alto, coberto por um creme de queijo, com uma batata assada por baixo e legumes cozidos ao redor - C$10.900,00 cada) e de sobremesa, 2 Como Agua para Chocolate ( Uma torta de 3 chocolates belgas com calda de framboesa - C$4.900,00 cada). No total, considerando o serviço (10%) morremos em C$ 69.200,00 ou um  tantão em reais. Mas valeu a pena. Estava tudo muito bom.

Interior do Como Água para Chocolate

Saímos com a pança cheia e fomos andando até a entrada do Cerro San Cristóbal. Demos uma geral nos valores do funicular para subir. Seria nosso passeio do dia seguinte. Voltamos à pé para nosso hotel, cansados mas felizes. Foi em torno de 13 quilômetros de caminhada o dia todo. Para terminar a tarde e começar a noite, fomos para a cobertura do hotel tirar fotos e depois do banho, comer lasanha em casa com cerveja e vinho.

No dia seguinte, fomos visitar os Cerros de Santiago.

Algumas fotos desse dia:

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